segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

COIAB PUBLICA NOTA DE APOIO AO POVO GUARANI KAIOWÁ



A COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, instância máxima de representação e defesa dos direitos dos povos indígenas na Amazônia vem por meio desta, manifestar o seu apoio ao grande povo Guarani Kaiowá, em sua luta constante em defesa da vida, por um território livre que garanta a dignidade desse povo.

Repudiamos o mandato de despejo ao tekoha Ñanderu Laranjeira, em Dourados – MS. A Justiça Federal e o Governo do Mato Grosso do Sul, deveriam aprender que esse povo nos ensina verdadeiras lições de vida. Mesmo em um espaço tão confinado, ilhados pelos mares de soja, os parentes conseguem multiplicar a sabedoria ancestral em seus rituais.Conseguem sobreviver ao descaso das autoridades, ensinando aos seus filhos que os povos indígenas mantêm viva a sua cultura.

Há tempos os Guarani Kaiowá vivem nesse completo estado de abandono. Os acampamentos indígenas na beira das rodovias denunciam a verdadeira face do nosso país. Ainda vivemos tempos de perseguição. A história nos mostra os assassinatos dos nossos líderes que ousaram defender o seu povo.

Vivemos uma verdadeira situação de guerra. No Mato Grosso do Sul, os Guarani Kaiowá convivem com uma expectativa de vida semelhante às dos países mais pobres do mundo; a mortalidade infantil é maior que a média nacional, os suicídios aterrorizam os jovens em um lugar, no qual só parece haver terra para o agronegócio.

Exigimos que o Governo Federal tome providências sobre essa situação inadmissível. A FUNAI não pode continuar omissa, foi criada para defender os interesses dos povos indígenas. É preciso garantir a permanência dos Guarani Kaiowá em seu tekoha Ñanderu Laranjeira.

Nós, da Amazônia indígena somos solidários à luta desse grande povo. Lutamos juntos para que haja justiça nesse país, e que os territórios indígenas sejam devolvidos e garantidos aos seus verdadeiros donos: Aqueles que foram vitimas do maior genocídio da história desse país, mas permanecem vivos como símbolo de resistência.

Manaus, Amazônia brasileira, 30 de janeiro de 2012.
Saudações indígenas,
Marcos Apurinã
Enviado por CIMI Nacional

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